sábado, 12 de maio de 2012

Sinto a minha alma devastada
Minha vida é escura e deserta
Caminho sozinha nessa estrada
Meu ser no abismo se projeta.

Misturando amores e desejos
Cultivo um jardim de negras rosas
No turbilhão perdida em que me vejo
Das emoções confusas dolorosas.

Acho que entrei pra eternidade
Cumprindo meu destino só
À sombra dolorida da saudade
Dos meus sonhos só restaram pó.

Janete Roen
A passagem do dia entristece
É um longo vazio intermitente
O sol é morno e não aquece
De um brilho fraco incipiente.

Ando pela tarde distraída
A vida é quase inexistente
Sou uma sombra esvaecida
Sem passado, futuro ou presente

Seguindo pela noite indiferente...

Janete Roen

terça-feira, 8 de maio de 2012

A NOITE CONSENTE

A noite seu perfume exala
E o pensamento inquieto
Passeia do chão ao teto
Por sobre as paredes da sala.

A noite sabe e não diz
A noite cala e consente
Porque a gente se sente
Na noite assim infeliz.

Janete Roen

MÁGOA

Dormi chorando a indiferença
Pisada à mágoa do ressentimento
De trazê-lo vivo em minha lembrança
Quando já estou morta em teu pensamento.

Janete Roen

sexta-feira, 4 de maio de 2012

À DERIVA

Vivo como quem vive equivocada
Num mar de tormenta e correntezas
A bússola da vida está quebrada
Cobriu-se o horizonte de incertezas.

Dos mares navegados por Colombo
Longe está de mim a terra à vista
Desbravando as milhas com assombro
Foi-se a última esperança de conquista.

Navego à deriva, à própria sorte
Rasgou-se ao meio o punho, a vela
Com as tempestades e o vento forte
Apagou no céu a última estrela.

Cobriu a noite o oceano
Perdida estou sem rumo certo
Naufraguei na maré dos desenganos
Sem saber que o cais era tão perto.

Janete Roen