sábado, 23 de junho de 2012

OS MEUS DIAS

Os meus dias são todos feitos
De um céu estático, de paragens mortas
E meus soluços são liquefeitos 
Pelas grossas lágrimas que meu rosto corta.


Os meus dias amanhecem escuros
O sol não brilha, a paisagem dorme
E nas trevas onde eu procuro
Encontro apenas minha dor enorme.


Os meus dias são de intensidade vaga
De queima inútil de energia
Pois sempre a luz interna apaga
Torna-se gelo toda ardentia.


Os meus dias são de tristeza vã
E eu costumo vagar perdida
Com a incerteza se amanhã
Estarei presa ainda a esta vida.


Janete Roen

Um comentário:

  1. O poema carrega uma agressividade e sensações de perda. Segundo a anatomia humana a visão que se tem de um objeto é metido em segundos. Ao olhar o sol o globo ocular passa três segundo que vai até o cérebro e volta invertida. Que dizer tudo o que olhamos está no passado. O poema trás essa agonia do passado vivido no presente.

    ResponderExcluir