sábado, 12 de maio de 2012

A passagem do dia entristece
É um longo vazio intermitente
O sol é morno e não aquece
De um brilho fraco incipiente.

Ando pela tarde distraída
A vida é quase inexistente
Sou uma sombra esvaecida
Sem passado, futuro ou presente

Seguindo pela noite indiferente...

Janete Roen

Um comentário:

  1. O poema tem uma magia recorrente que mim faz lembrar o poema de Baudelaire “A uma passante” quando descreve o ambiente como se este fosse um palco de uma tragédia ou simplesmente um enterro onde o cadáver é a própria momentânea certeza do dia. A poesia não apenas esclarece “que a passagem do dia entristece”. Na obra A Gaia Ciência de Nietzsche trás a noção do eterno retorno onde existiriam as mesmas coisas eternamente, porém sem a consciência da mesma em suma seria um alienado sobre sua própria natureza. O poema de certo modo trás a noção de uma alienação ao tempo cronológico e o vido. Essa introspecção trás essa dimensão que o dia proporciona para a poetisa. Meus parabéns.

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