Vivo como quem vive equivocada
Num mar de tormenta e correntezas
A bússola da vida está quebrada
Cobriu-se o horizonte de incertezas.
Dos mares navegados por Colombo
Longe está de mim a terra à vista
Desbravando as milhas com assombro
Foi-se a última esperança de conquista.
Navego à deriva, à própria sorte
Rasgou-se ao meio o punho, a vela
Com as tempestades e o vento forte
Apagou no céu a última estrela.
Cobriu a noite o oceano
Perdida estou sem rumo certo
Naufraguei na maré dos desenganos
Sem saber que o cais era tão perto.
Janete Roen
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