quarta-feira, 25 de abril de 2012

POEMA CONTÍNUO – PARTE III (O poema sem fim)

Afivelaram-se a mim as ilusões perdidas
No caminho que sigo hoje, as trago
Com um suspeito sorriso amargo
Que não podem disfarçar minha ferida.

E esta escuridão e chuva fria
E toda essa angústia que me toma
De todos os males, os sintomas
Com esta luz, com este sol não concilia.

E procuro da minh'alma o meu deserto
E fujo para a minha solidão
De imensidão a imensidão
Aos poucos, só aos poucos me liberto.

Então, passa por mim em ondas finas
Um choque, um tremor de ansiedade
E é como um vício, o fugir à realidade
Qual teor entorpecente das morfinas.

Janete Roen

Nenhum comentário:

Postar um comentário